A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou nesta terça-feira (22) que vai pedir a revogação da medida do Supremo Tribunal Federal (STF) que barrou a entrada de celulares no plenĂĄrio da Primeira Turma durante o julgamento do nĂșcleo 2 da trama golpista.
Na manhã de hoje, ao chegarem para acompanhar a sessão, os advogados do caso e os jornalistas que fizeram a cobertura do julgamento foram informados pelos seguranças do STF que os aparelhos estavam vetados durante a sessão e deveriam ficar guardados em envelopes lacrados na portaria do plenårio.
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Em nota divulgada à imprensa, o presidente da OAB, Beto Simonetti, disse que recebeu a medida com surpresa e irresignação e informou que vai pedir a revogação da proibição ao presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin.
“A OAB reconhece a importĂąncia da segurança e da ordem nos julgamentos. No entanto, o uso de aparelhos para gravação de ĂĄudio e vĂdeo em sessĂ”es pĂșblicas Ă© amparado por lei e constitui prerrogativa da advocacia, nĂŁo podendo ser restringido sem fundamento legal claro e especĂfico. Eventuais excessos devem ser apurados com responsabilização individualizada, sem prejuĂzo das garantias institucionais”, declarou o presidente.
O STF informou que a medida foi tomada apĂłs o descumprimento da proibição de gravação de imagens dentro do plenĂĄrio durante o julgamento do nĂșcleo 1, realizado no mĂȘs passado, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros investigados se tornaram rĂ©us.
AlĂ©m disso, Felipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro, um dos rĂ©us do nĂșcleo 2, estava proibido pelo ministro Alexandre de Moraes de ser filmado ou fotografado durante o julgamento.Â
NĂșcleo 2
O grupo Ă© composto por seis denunciados, todos acusados de organizar açÔes para âsustentar a permanĂȘncia ilegĂtimaâ de Bolsonaro no poder, em 2022.
SĂŁo eles o delegado da PolĂcia Federal Fernando de Sousa Oliveira; o ex-assessor para Assuntos Internacionais da PresidĂȘncia da RepĂșblica Filipe Garcia Martins Pereira; o coronel da reserva do ExĂ©rcito e ex-assessor da PresidĂȘncia da RepĂșblica Marcelo Costa CĂąmara; a delegada da PolĂcia Federal MarĂlia Ferreira de Alencar; o general da reserva do ExĂ©rcito e ex-secretĂĄrio Executivo da PR MĂĄrio Fernandes, e o ex-diretor-geral da PolĂcia RodoviĂĄria Federal Silvinei Vasques.
Entre as acusaçÔes estĂŁo a elaboração de minuta de decreto para justificar juridicamente o golpe de Estado no final do governo de Jair Bolsonaro; o monitoramento do ministro do STF Alexandre de Moraes e açÔes da PolĂcia RodoviĂĄria Federal (PRF) para dificultar a circulação de eleitores do Nordeste durante o pleito de 2022.
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