Haddad: Brasil não terá dificuldade em redirecionar carne e café se tarifaço se confirmar

Em entrevista contundente ao programa Entre Nós, da Band News FM, nesta segunda-feira (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar o que considera uma politização das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Em meio à expectativa de um encontro com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, ainda nesta semana, o ministro reforçou que o Brasil busca um diálogo técnico e comercial, mas sem abrir mão de sua soberania e do respeito à sua democracia. Confira mais detalhes abaixo.

Diante do aumento tarifário de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, o governo federal já estruturou um plano de contingência para minimizar os impactos econômicos e proteger setores mais vulneráveis da indústria nacional. Segundo o ministro, a estratégia inclui medidas emergenciais como linhas de crédito, apoio logístico e compras públicas — especialmente voltadas a pequenos e médios produtores com dificuldade de redirecionar sua produção para outros mercados.

“A gente fez uma pesquisa interna, fizemos um levantamento de quais produtos terão mais dificuldade de redirecionamento e quais terão menos. Por exemplo, carne e café são produtos que têm mercado, então você consegue redirecionar com mais facilidade. Outros, como o pescado e produtos da aviação sob encomenda, são mais difíceis — por isso estamos montando o plano de contingência”, explicou Haddad.

“Nossa soberania não está em negociação”

Haddad criticou a politização das tarifas por setores que, segundo ele, pediram intervenção militar e agora recorrem a sanções comerciais. “É inaceitável”, disse. “Nossa soberania e democracia não estão à venda.”

O ministro se reúne nesta semana com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para tentar “despolitizar” o caso e reforçar o Brasil como parceiro estratégico em áreas como transição energética, minerais críticos e inovação. O Pix foi citado como exemplo de tecnologia brasileira admirada pelos americanos.

Hoje, os EUA representam 12% das exportações brasileiras — número que já foi 25%. Haddad afirmou que há espaço para recuperar essa relação de forma equilibrada.

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