O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira (11) o cancelamento da reunião com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, prevista para quarta-feira (13). O encontro buscava iniciar negociações para encerrar a guerra comercial imposta pelos EUA, que afeta cerca de 10 mil empresas brasileiras, principalmente nos setores de café e carne.
Segundo Haddad, militantes antidemocráticos descobriram o encontro e, com apoio de assessores ligados ao presidente Donald Trump, atuaram para impedir sua realização. Embora não tenha citado nomes, o ministro indicou que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) segue em Washington pressionando por mais sanções contra o Brasil.
O ministro afirmou que o Itamaraty, a Fazenda e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio enfrentam dificuldades para manter diálogo com a atual administração norte-americana. Mesmo assim, destacou que o presidente Lula não descarta um contato futuro com Trump.
Diante do impasse, o governo federal prepara um pacote de apoio para as empresas atingidas pelas tarifas americanas. A medida provisória deve contemplar três frentes principais: linhas de financiamento, ajustes tributários e flexibilização nas compras governamentais para absorver parte da produção antes destinada aos EUA. Haddad ressaltou que as regras do pacote serão adaptadas à realidade de cada empresa.
Além disso, Lula já discutiu o tema com líderes da Índia, Rússia e México e pretende conversar com a China ainda nesta semana.
Resumo da Notícia
- Reunião entre Haddad e secretário do Tesouro dos EUA foi cancelada por interferência política.
- Cerca de 10 mil empresas brasileiras, especialmente de café e carne, sofrem com tarifas impostas pelos EUA.
- Militantes antidemocráticos e assessores ligados a Trump atuaram para impedir o encontro.
- Governo federal prepara pacote de ajuda com linhas de financiamento, incentivos tributários e compra de produção.
- Lula já conversou com líderes da Índia, Rússia e México, e deve falar com a China em breve.