O ex-presidente Jair Bolsonaro negou ter solicitado asilo político à Argentina e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação de sua prisão domiciliar. A manifestação foi feita nesta sexta-feira (22), dentro do prazo de 48 horas concedido pelo ministro Alexandre de Moraes, após a Polícia Federal (PF) encontrar um documento de asilo em seu celular.
Segundo a defesa de Bolsonaro, o arquivo era apenas um “rascunho antigo” enviado por terceiros, sem qualquer solicitação formal. Os advogados destacaram que o ex-presidente não planejou fugir do Brasil e sempre cumpriu as medidas cautelares, como a proibição de deixar o país e de utilizar redes sociais próprias ou de terceiros.
Os advogados também pediram a reconsideração da prisão domiciliar ou, alternativamente, o julgamento urgente do agravo regimental protocolado em 6 de agosto.
Outras acusações
A defesa rebateu ainda outros pontos do relatório da PF. Em relação a uma mensagem recebida do general Braga Netto, proibido de manter contato, os advogados alegaram que Bolsonaro não respondeu ao SMS.
Quanto ao pedido de orientações feito ao advogado norte-americano Martin Luca, ligado a Donald Trump, a defesa afirmou que as mensagens ocorreram antes das medidas cautelares.
Transferências e acusações de Lawfare
A PF apontou movimentações financeiras de R$ 30,5 milhões em um ano, incluindo transferências para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A defesa considerou os valores lícitos e criticou a investigação, alegando prática de Lawfare — uso político do sistema judicial para desmoralizar adversários.
Os advogados afirmaram que o relatório da PF tem caráter político e expõe indevidamente a vida privada de Bolsonaro.
Resumo da notícia
- Bolsonaro negou pedido de asilo político à Argentina.
- Defesa disse que documento era apenas um rascunho antigo.
- Advogados pediram ao STF a revogação da prisão domiciliar.
- Defesa alegou que ex-presidente cumpriu todas as medidas cautelares.
- PF apontou movimentação de R$ 30,5 milhões em um ano; defesa fala em Lawfare.