O deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB) respondeu, nesta sexta-feira, às declarações da deputada estadual e presidente do PT na Paraíba, Cida Ramos, que criticou seu voto favorável ao projeto de lei da dosimetria aprovado esta semana na Câmara dos Deputados. Segundo ele, não houve mudança de posição e sua decisão seguiu “a mesma coerência” que já havia demonstrado em votações anteriores. A declaração aconteceu durante entrevista ao repórter Fernando Braz, do programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan FM.
Mersinho afirmou ter “profundo respeito e carinho” por Cida Ramos e destacou que ambos vêm mantendo diálogo político, inclusive sobre a disputa municipal de 2026 ao lado do prefeito Cícero Lucena e da base do presidente Lula. Para o deputado, o clima tenso das últimas votações pode ter gerado interpretações equivocadas sobre o seu posicionamento.
“Pode ter havido algum questionamento sobre meu voto na dosimetria, mas eu não mudei uma vírgula do que sempre declarei. Em abril deste ano, votei favorável ao regime de urgência da anistia e sigo com a mesma convicção”, afirmou.
O parlamentar também reiterou que sempre defendeu a discussão sobre dosimetria das penas e criticou o que classificou como “exageros” do Supremo Tribunal Federal em alguns julgamentos, citando divergências internas entre os próprios ministros.
“Eu defendi a dosimetria e continuo convicto. Votei, tive coragem de votar enquanto outros se abstiveram. É importante dizer isso”, acrescentou.
Mesmo diante da polêmica, Mersinho disse não enxergar ruptura com o PT e garantiu que continuará dialogando com Cida Ramos e outras lideranças da legenda. Ele ressaltou que tem apoiado pautas importantes enviadas pelo governo federal ao Congresso e reafirmou compromisso com a reeleição do presidente Lula.
“Trabalho para a reeleição do presidente Lula e para um Brasil melhor. Em uma democracia, pode haver divergências, como houve nesta semana, mas em nenhum momento abandonei minha consciência ou minha palavra”, declarou.
Mersinho também citou o cenário da sucessão municipal em João Pessoa e argumentou que seu voto não deveria ser interpretado como motivo de afastamento político. Ele comparou sua postura à de outros atores que, segundo ele, já mudaram de posição em momentos decisivos da política nacional.
“Se uma votação como essa gera distanciamento, imaginem então aqueles que foram ministros da presidente Dilma, contavam votos contra o impeachment na véspera e, no dia, votaram pela cassação. Acredito na coerência do PT para reconhecer quem realmente estará ao lado da reeleição do presidente Lula”, afirmou.
O deputado concluiu defendendo que seguirá votando conforme suas convicções:
“Pelo menos eu tive coragem. E sempre terei — para fazer aquilo que minha consciência manda e no que eu acredito.”
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