Cronologia do caso Bolsonaro: do indiciamento à prisão preventiva

Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22) após violar as medidas cautelares impostas pela Justiça, incluindo o uso da tornozeleira eletrônica. A prisão acontece um ano depois de o ex-presidente ter sido indiciado por tentativa de golpe de Estado. Ao todo, 36 pessoas foram indiciadas no mesmo processo.

A investigação reuniu diversas provas, incluindo a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, considerada peça central para o avanço do caso.

Indiciamento e recebimento da denúncia

A Procuradoria-Geral da República (PGR) concluiu que havia elementos suficientes para denunciar Bolsonaro e os demais investigados. Em março de 2025, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia por unanimidade.

Depoimento ao STF

Em junho de 2025, Bolsonaro foi o primeiro dos acusados a ser interrogado pelo STF. Ele foi apontado como líder do núcleo principal que teria arquitetado a tentativa de golpe. No depoimento, negou as acusações:

“Nunca se falou em golpe. Golpe é algo abominável. Essa hipótese sequer foi cogitada no meu governo.”

Medidas cautelares e prisão domiciliar

Durante o processo, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o ex-presidente utilizasse tornozeleira eletrônica e fosse proibido de usar redes sociais. A decisão ocorreu após indícios de que Bolsonaro estaria envolvido em uma tentativa de coação ao Judiciário, articulada pelo deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.

Em agosto de 2025, após novos descumprimentos das medidas impostas, Moraes decretou a prisão domiciliar do ex-presidente.

Julgamento e condenação

O julgamento dos oito réus considerados integrantes do “núcleo crucial” da tentativa de golpe começou em setembro de 2025. Após cinco dias de análise, a Primeira Turma do STF condenou todos os acusados. Bolsonaro recebeu pena de 27 anos e três meses de prisão.

Desde então, os recursos apresentados pela defesa vêm sendo rejeitados pela Corte.

Prisão preventiva

A prisão preventivamente foi decretada pelo STF neste sábado (22) para “manutenção da ordem pública”. De acordo com a decisão, a prisão domiciliar vinha gerando riscos ao ambiente institucional, especialmente após convocações para vigílias em apoio ao ex-presidente.

A prisão preventiva não está relacionada ao início do cumprimento da pena, mas sim a medidas para evitar novos conflitos ou violações judiciais.

Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde ficará em uma sala de Estado, espaço destinado a autoridades, como ocorreu anteriormente com Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer.

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