O ex-deputado Paulo Frateschi está sendo velado desde a manhã desta sexta-feira (7) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Familiares, políticos e amigos prestam homenagens ao político que morreu na quinta-feira (6) após ser agredido a facadas pelo próprio filho Francisco Frateschi, em sua casa, no bairro da Lapa, zona oeste da capital.
Entre os políticos presentes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que se deslocou de Belém, onde está acontecendo a COP30, para homenagear o amigo. Bastante emocionado, o ministro lembrou da amizade com Frateschi há mais de 40 anos.
“O Paulo Frateschi era uma figura excepcional. Um amigo assim, sem sombra de dúvida uma das pessoas mais queridas no PT por seus gestos, pela sua postura, pela amizade, pela sua generosidade, uma das pessoas mais adoráveis que a gente tinha”, disse
Ainda segundo Haddad, “até nos piores momentos era uma pessoa sempre disponível, sempre serena, sempre determinada e é um dos grandes construtores dessa história”.
“Das pessoas que eu conheço, ele talvez seja a que passou pelas maiores provações que alguém pode passar. Não conheço ninguém que teve que se refazer e superar tantos acontecimentos trágicos”, ressaltou o ministro.
“E em que pese tudo isso, Paulo sempre estava disponível para lutar por um país melhor. Ele ajudou a organizar o movimento popular em torno de bandeiras importantes. Em especial, a questão da redemocratização do país, a campanha das diretas”, reforçou o ministro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impossibilitado de ir ao velório, enviou uma mensagem que foi lida pelo irmão de Paulo, o ator Celso Frateschi.
Também estiveram no velório políticos como Ivan Valente, José Dirceu, José Genoíno, Rui Falcão, Adriano Diogo, Eduardo Suplicy e o escritor Fernando Morais.
Em entrevista à imprensa, o presidente do PT, Edinho Silva, exaltou a capacidade de liderança de Paulo e sua luta pela redemocratização do país.
“Ele era uma liderança muito forte na história do PT. Alguém que dedicou sua vida em um projeto de construção, de um sonho e na construção de um Brasil mais justo e humano. É uma perda trágica”, declarou.
“Paulo era uma figura inesquecível. Construiu sua história e esse legado e é imortal. Ele dedicou sua vida na construção da democracia no Brasil e na construção de um país mais justo, humano e igualitário”, acrescentou Edinho Silva.
Às 14h um cortejo saiu da Alesp com destino ao Cemitério Memorial Parque Jaraguá. O sepultamento está previsto para as 15h30.
O ex-parlamentar deixou a esposa Yolanda Maux Vianna, filhas, netos e irmãos.
“Meu pai foi um lutador, um guerreiro, alguém que passou a vida lutando por esse país e pela democracia brasileira. Ele merece ser tratado com amor, com respeito nesse momento”, disse a filha mais velha Yara.
Em entrevista a jornalistas durante o velório do pai, ela explicou que o irmão, Francisco, está passando por sofrimento psíquico e não tem consciência sobre seu ato.
“O Francisco Frateschi é um menino maravilhoso. O Chico nunca levantou a voz para uma pessoa, ele nunca bateu em uma pessoa. Por onde o Chico passou, o Chico levou alegria, o Chico levou amor, ele tinha um carinho imensurável pelo pai”, disse.
“O Chico sofreu um acidente há alguns anos. E ele foi um menino muito machucado, que perdeu os dois irmãos mais novos em acidentes e por uma coisa inacreditável, ele também sofreu um acidente há alguns anos atrás. O que o Chico teve foi uma doença, ele está doente, ele não sabe o que ele fez. É uma doença psíquica e a gente precisa saber lidar com isso. Ele não é um monstro, o que não significa que a gente não esteja sofrendo uma dor imensa”, esclareceu.
Frateschi foi membro histórico do PT. Quando estudante, se opôs e combateu a ditadura militar. Em 1969 foi preso e torturado pelo regime militar. Mais tarde, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, do qual é filiado desde os primeiros anos. Foi eleito deputado estadual em 1982 e ocupou o cargo entre os anos de 1983 e 1987.
Foi presidente do Partido dos Trabalhadores no estado de São Paulo e dirigente do diretório nacional do partido. Também exerceu o cargo de secretário municipal de Relações Governamentais nas gestões de Marta Suplicy e de Fernando Haddad.





