Com o São João batendo à porta, o feijão verde — ingrediente essencial nas receitas típicas do período — se transforma em item de primeira necessidade na Feira Central de Campina Grande. Quem passa pelos corredores da feira percebe: a procura está alta, o movimento é intenso e, muitas vezes, a mercadoria nem dura até o meio da manhã.
A vendedora Dona Elizabeth, figura conhecida na feira, compartilhou com emoção sua trajetória. “Criei meus cinco filhos aqui na Feira Central. O pão de cada dia vem daqui. É pouco, mas com Jesus é muita coisa, né? Só agradecer a Deus.”
Ela comenta que o preço do feijão verde subiu neste período, influenciado pela escassez da mercadoria e a falta de um bom inverno.“Tem sábado que tá 23, até 25 reais. Quando tá mais barato, a gente vê por 20. Mas hoje tá difícil”, disse.
Outra veterana da feira, Dona Marilúcia Apolônio, com seu bom humor e espontaneidade, brinca sobre o tempo de trabalho. “Sempre vendi feijão verde. O povo ama, o que aparece vendo, a gente vende tudo.”
De acordo com a comerciante, a oferta de feijão verde está reduzida, o que encarece o produto.“A gente não teve inverno, também não tem mercadoria. Aí vem de fora, a gente compra caro e tem que vender caro. Hoje tá 20 reais.”
A também feirante Zélia da Silva Souza confirmou o ritmo acelerado das vendas.“Hoje pegamos 50 quilos e já acabou. Antes das 9h30 da manhã, não tinha mais um caroço.”
Zélia relata que, dependendo da qualidade e da origem, o preço do quilo varia. “Na base, a gente compra por 6, 7 reais. Um bom, por 8. Pra vender, sai por 18, 20. Depende se vem boiado ou não. Mas hoje não deu nem pra ver direito, vendeu tudo.”
A previsão é de que o movimento continue intenso nos próximos dias, à medida que se aproximam as datas mais tradicionais do São João. Para os comerciantes, é gratificante ver o feijão verde, símbolo de tantas receitas afetivas, se transformar em fonte de renda e orgulho.
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