Fortes chuvas em Minas Gerais destroem 9 pontes em Dom Silvério

“Foi a pior enchente dos Ășltimos quatro anos”. Assim, o prefeito de Dom SilvĂ©rio, em Minas Gerais, JosĂ© BrĂĄulio Aleixo, classificou hoje (9) as consequĂȘncias das fortes chuvas que atingiram a pequena cidade mineira de 5.196 habitantes entre a tarde de terça-feira (7) e a madrugada de quarta-feira (8).

“Durante minha primeira gestĂŁo – 2021/2024 – enfrentamos trĂȘs enchentes. Esta, contudo, foi a pior de todas”, disse Ă  AgĂȘncia Brasil nesta quinta-feira (9).

Segundo a Defesa Civil mineira, os Ășltimos dias foram de muita chuva em todo o estado, mas, de acordo com BrĂĄulio, na microrregiĂŁo do Vale do Piranga, na Zona da Mata, no sudeste mineiro, nenhuma outra cidade foi tĂŁo afetada quanto Dom SilvĂ©rio.

Na terça-feira (7), em apenas 20 minutos, choveu, no municĂ­pio, cerca de 150 milĂ­metros (mm) – um grande volume, considerando que, para todo o mĂȘs de janeiro, eram esperados 220 mm. Um cĂłrrego que corta a cidade transbordou, causando prejuĂ­zos a particulares e Ă  infraestrutura pĂșblica.

Embora os servidores da prefeitura ainda nĂŁo tenham concluĂ­do o cadastramento das pessoas afetadas e o balanço dos estragos, foram contabilizados atĂ© agora 105 desalojados (pessoas que tiveram que buscar abrigo temporĂĄrio nas residĂȘncias de parentes ou amigos ou em pousadas e hotĂ©is) e 15 desabrigados (quem, sem ter onde ficar, teve que ser levado para abrigos pĂșblicos ou de entidades sociais).

“HĂĄ famĂ­lias que perderam tudo que tinham em suas casas. Roupas, camas, televisĂ”es, utensĂ­lios domĂ©sticos
 Essas foram as maiores perdas”, acrescentou BrĂĄulio.

Animais mortos

NĂŁo hĂĄ, atĂ© o momento, registro de pessoas feridas ou mortas, mas ao menos 12 animais domĂ©sticos morreram em decorrĂȘncia das consequĂȘncias das chuvas. Duzentos imĂłveis residenciais e comerciais foram de alguma forma atingidos pela força das ĂĄguas que destruĂ­ram pontes e causaram deslizamentos, bloqueando o acesso a algumas localidades. Em alguns bairros, o fornecimento de energia elĂ©trica e ĂĄgua chegou a ser interrompido.

“Perdemos ao menos nove pontes, tanto de concreto, quanto de madeira. Duas delas ficam na área urbana. E ainda estamos avaliando se uma terceira está condenada”, detalhou o prefeito, assegurando que a retirada do entulho e a limpeza da área urbana devem terminar ainda hoje.

“Fizemos uma força-tarefa com mais de 200 homens, sete caminhĂ”es-pipas, outros quatro ou cinco caminhĂ”es menores, maquinĂĄrio. E, junto com a população, conseguiremos terminar a limpeza ainda esta tarde. Quanto ao trabalho de desobstrução das vias, ainda Ă© muito cedo para responder”, comentou o prefeito.

Diante da gravidade da situação, a prefeitura decretou situação de emergĂȘncia. A medida permite ao Poder Executivo municipal agilizar as açÔes de resposta, como a mobilização de recursos, execução de obras emergenciais e a solicitação de apoio estadual e federal para a recuperação das ĂĄreas afetadas.

“Precisamos elaborar um relatório preciso da situação para acessar recursos federais e estaduais e pleitear emendas parlamentares. Já estamos fazendo este levantamento e em contato com todos que podem nos ajudar”, garantiu Bráulio.

Ele acrescentou que “estamos fazendo todo o cadastro para acessar os recursos via Defesa Civil, emendas parlamentares e governo federal. “Precisamos ter um relatório preciso para passar para as autoridades federais e estaduais. Estamos em contato com todos e estamos fazendo este levantamento”.

Chuvas intensas

Para alĂ©m das ocorrĂȘncias registradas esta semana em vĂĄrias cidades mineiras, a estação das chuvas, que começou em setembro de 2024 e deve prosseguir atĂ© março, jĂĄ causou ao menos 12 mortes em Minas Gerais, alĂ©m de desalojar 1.385 pessoas e desabrigar outras 198.

Os Ăłbitos ocorreram em nove cidades, a partir de 27 de setembro: Ipanema (3); Raul Soares (2) e UberlĂąndia; MaripĂĄ de Minas; Coronel Pacheco; Nepomuceno; CapinĂłpolis; Alterosa e Carangola, com uma morte cada.

Em todo o perĂ­odo, ao menos 46 municĂ­pios decretaram situação de anormalidade, ou seja, de emergĂȘncia ou calamidade pĂșblica.

AGÊNCIA BRASIL