Só é possível ajustar rotas quando se reconhece que está no caminho errado. Isso é básico. Aliás, é instinto animal, para racionais ou irracionais. Nenhuma zebra ou bebê, por exemplo, se aproxima do fogo duas vezes. Quando se nega ao extremo as realidades, não há espaço – nem estímulos – para mudanças. O prefeito Bruno Cunha Lima (UB), de Campina Grande, parece estar neste estágio de negação.
Não se trata de condenar toda uma gestão, com seus feitos ali ou acolá (/) que devem ser reconhecidos. Mas de não brigar com os fatos e reconhecer que há, especialmente na saúde, um desequilíbrio financeiro que produz realidades administrativas desastrosas. Falta de pagamento para servidores e fornecedores é uma delas. E, com grandes problemas, um gestor não consegue exibir o que tem de bom (há?).
O fato é que Bruno tem levado críticas dos vereadores da oposição, da imprensa e de parte da população nas redes sociais. Chega ao cúmulo de não aceitar nenhuma delas. Chega a se “surpreender”, inclusive. Mas o prefeito ficaria ainda mais perplexo se pudesse ouvir o que seus aliados, que vêem o Bruno da campanha voltar a ser o Bruno prefeito, tem comentado sobre esse seu atual momento. Não publicizam, claro, porque seria “desleal”.
De forma quase unânime, no entanto, a compreensão silenciosa de que Bruno continua errando como fez até chegar vulnerável nas eleições de 2024, quando se clamava pela volta de Romero Rodrigues.
Aliás, esse é o grande sinal. O silêncio (público) de seus aliados é o maior discurso contra sua gestão.