A PolĂcia Militar (PM) do Rio de Janeiro divulgou estudo que mostra que dos 638 fuzis apreendidos em 2024 pela corporação, 604 (94,68%) foram fabricados no exterior. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela Subsecretaria de InteligĂȘncia (SSI).
A maioria das armas de guerra retiradas das mĂŁos dos criminosos no ano passado foi fabricada nos Estados Unidos (EUA), onde foram contrabandeadas 295 unidades da plataforma Colt. O armamento da plataforma entra de forma clandestina no Brasil pelas fronteiras de paĂses sul-americanos, como Paraguai, BolĂvia e ColĂŽmbia.
âPrecisamos entender que esse poder bĂ©lico nas mĂŁos erradas provoca insegurança e atinge toda a população. Por isso, a importĂąncia de a indĂșstria produtora de armas tambĂ©m fazer parte do enfrentamento ao crime organizado, com a gerĂȘncia sobre o caminho dos armamentos e atuando em conjunto com o governo federal no controle do trĂĄfico internacional de armasâ, disse o governador ClĂĄudio Castro.
O estudo mostra ainda que muitos fuzis chegaram ao território nacional em peças avulsas, também compradas nos Estados Unidos ao custo de aproximadamente R$ 6 mil, na cotação atual do dólar. Depois de montadas por armeiros, são vendidas às facçÔes criminosas por cerca de R$ 50 mil.
O secretĂĄrio da PolĂcia Militar, coronel Marcelo Nogueira, disse que a apreensĂŁo de fuzis, hoje, Ă© um dos maiores desafios da corporação no contexto da segurança pĂșblica do estado.
“Nossa tropa nĂŁo vai esmorecer, mas Ă© preciso alertar para a necessidade urgente de uma polĂtica de Ăąmbito nacional e atĂ© internacional para deter o contrabando de armas, envolvendo outros atores da ĂĄrea de segurançaâ, afirmou.
Os fuzis apreendidos no ano passado foram fabricados tambĂ©m em outros paĂses como Israel, Alemanha, Ăustria e RepĂșblica Tcheca. Um levantamento preliminar feito pela SSI, ao analisar a procedĂȘncia dos fuzis apreendidos neste ano de 2025, mostra que 60% foram fabricados nos Estados Unidos, indicando tendĂȘncia semelhante Ă constatada no ano passado.