O presidente da Cùmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou, nesta quinta-feira (18), o relator do projeto de lei (PL) da anistia, que serå o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
âTenho certeza que ele conduzirĂĄ as discussĂ”es do tema com o equilĂbrio necessĂĄrioâ, afirmou o presidente da CĂąmara em rede social.
A urgĂȘncia da anistia foi aprovada nessa terça-feira (18) com o apoio da maioria dos lĂderes da CĂąmara. Com a urgĂȘncia aprovada, o texto pode ser votado a qualquer momento no plenĂĄrio.Â
EstĂĄ em disputa dentro da Casa o teor do texto, se serĂĄ uma anistia ampla e irrestrita, como defende a oposição liderada pelo Partido Liberal (PL), ou um relatĂłrio mais restrito, com apenas reduçÔes de penas. Outra dĂșvida Ă© se o texto deve alcançar todos os envolvidos, incluindo os organizadores e financiadores da tentativa de golpe de Estado.
A urgĂȘncia aprovada teve como base o PL 2.162, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), apresentado em março de 2023. Â
O projeto concede anistia a âtodos os que participaram de manifestaçÔes com motivação polĂtica e/ou eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuiçÔes, doaçÔes, apoio logĂstico ou prestação de serviços e publicaçÔes em mĂdias sociais e plataformas, entre o dia 30 de outubro de 2022 e o dia de entrada em vigor desta leiâ.
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Em seu artigo 2Âș, Crivella exclui do benefĂcio da anistia os crimes definidos como hediondos, terrorismo, crimes contra a vida, entre outros.
O deputado Paulinho da Força deve fazer alteraçÔes no texto. O parlamentar do Solidariedade tem feito um mandato criticando o atual governo.
Segundo Motta, a escolha do relator foi motivada para que ele articule um texto substantivo “que encontre o apoio da maioria ampla da Casa”.
Trama golpista
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a 27 anos e trĂȘs meses de prisĂŁo o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, entre outros delitos.
Aliados, generais e assessores prĂłximos do ex-presidente tambĂ©m foram condenados, alĂ©m de centenas de manifestantes que depredaram as sedes dos TrĂȘs Poderes, em BrasĂlia.
O Supremo entendeu que o ex-presidente Bolsonaro pressionou os comandantes das Forças Armadas a aderir a um decreto para suspender a eleição e os poderes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para permanecer no poder.
Entre os planos previstos para anular a eleição de 2022, estava o de assassinar o presidente Luiz Inåcio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes.