O Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu uma investigação para apurar as causas do rompimento do reservatório da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), ocorrido no último sábado (8), no bairro da Prata, em Campina Grande. O acidente provocou a morte de uma mulher de 62 anos, deixou duas pessoas feridas, destruiu três casas e arrastou veículos que estavam estacionados na rua.
O rompimento aconteceu na manhã de sábado, na Rua Oswaldo Cruz. Segundo a Cagepa, o reservatório armazenava cerca de dois mil metros cúbicos de água, o equivalente a dois milhões de litros. O impacto interrompeu temporariamente o abastecimento em 40 bairros de Campina Grande e em municípios vizinhos — Lagoa Seca, São Sebastião de Lagoa de Roça, Areial e Montadas.
A investigação, instaurada como notícia de fato, é conduzida pela promotora de Justiça plantonista Cláudia de Souza Cavalcanti Bezerra. No documento, o MPPB destaca que o caso envolve uma concessionária de serviço público e gerou consequências de interesse coletivo, o que justifica a atuação do órgão.
O Ministério Público deu prazo de 48 horas para que a Cagepa, por meio da Gerência Regional de Campina Grande, apresente informações sobre o rompimento. O órgão quer saber se foram realizadas vistorias técnicas na estrutura antes do acidente, quais medidas foram adotadas após o ocorrido e qual o planejamento para reparar os danos.
Além da Cagepa, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil e o Instituto de Polícia Científica (IPC) também devem encaminhar relatórios sobre as ações realizadas no local.
De acordo com o MPPB, a investigação será posteriormente encaminhada a um promotor com atuação na área do Meio Ambiente, mas deverá envolver ainda as promotorias do Consumidor, Cidadão e Criminal.
“O Ministério Público da Paraíba será atuante e vigilante até que as responsabilidades pelo rompimento do reservatório da Cagepa sejam integralmente apuradas e os danos de natureza difusa e coletiva sejam reparados”, afirmou a promotora Cláudia Bezerra.
Cagepa e governo do estado se manifestam
Em nota, a Cagepa lamentou o acidente e manifestou pesar pela morte da vítima. A companhia informou que instaurou um processo interno de apuração para identificar as causas do rompimento.
“Assim que o rompimento foi identificado, equipes técnicas e de assistência foram mobilizadas imediatamente, em parceria com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, para garantir a segurança das famílias afetadas e iniciar as medidas emergenciais”, informou a empresa.
O governador João Azevedo (PSB) também se pronunciou sobre o caso, afirmando que o reservatório passava por manutenção constante e não apresentava sinais de risco antes do colapso.
“Essa manutenção é diária, é permanente. Não há nenhum relatório que apontasse risco. Quando uma estrutura dá sinais de rompimento, vários indícios aparecem antes, e ali não foi o caso”, declarou o governador durante entrevista coletiva.
Azevedo ainda assegurou que o governo vai garantir apoio material às famílias atingidas. Uma comissão especial, comandada pelo vice-governador Lucas Ribeiro, foi criada para acompanhar o caso. Segundo ele, a Cagepa já alugou imóveis para abrigar temporariamente as pessoas que perderam suas casas.
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Vídeo mostra o momento do rompimento
Câmeras de segurança flagraram o instante em que o reservatório rompeu, liberando uma grande quantidade de água que destruiu residências, derrubou postes e arrastou carros. As imagens mostram a força da correnteza invadindo as ruas e provocando um cenário de devastação no bairro da Prata.
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Assista: vídeo mostra momento em que reservatório rompe em Campina Grande e causa destruição








